quinta-feira, 20 de maio de 2010

"Migalhas" biogárficas de Hegel

Georg Wilhelm Friedrich Hegel nasceu em Stuttgart a 28 de agosto de 1770. Depois de ter cursado o ginásio da cidade, ingressou em 1788 no seminário teológico protestante de Tübingen e teve como companheiros de estudos Schelling (1775-1854) e Hölderlin (1770-1843). Característica marcante da geração que freqüentava a Universidade Teológica de Tübingen era o entusiasmo pelos ideais de liberdade e dignidade do homem, proclamados pela Revolução Francesa, em uma Alemanha atrasada, dividida, mas já influenciada pelas idéias do Iluminismo. Em 1790 obtém o título de Magister Philosophie. Em 1795 publica ‘A Vida de Jesus”. Morou em Berna (1793-1796), Frankfurt am Main (1796-1800) e depois transferiu-se para a Universidade de Jena, onde tornou-se livre-docente, em 1801, com a tese “Sobre as órbitas dos Planetas”. Graças à recomendação de Goethe (1749-1832) foi nomeado “professor extraordinário” da Universidade de Jena. Durante todos esses anos permaneceu amigo de Schelling: eram entusiastas dos jacobinos da Revolução Francesa. Em 1806 rompeu com Schelling. Em 1807 publica “Fenomenologia do Espírito” (Ciência da Experiência da Consciência). Em 1808 tornou-se professor do Liceu de Nuremberg e, posteriormente, passou a dirigir esse estabelecimento. Em 1816 foi nomeado professor titular de filosofia da Universidade de Heidelberg e, um ano depois, publicou a “Enciclopédia das Ciências Filosóficas”. Em 1818 assume a cadeira de filosofia na Universidade de Berlim. Em 1821 publica os “Princípios da Filosofia do Direito”, obra que despertaria violentas críticas de Marx. Durante o período de Berlim, proferiu cursos sobre história da filosofia, sobre estética, sobre filosofia da religião e sobre filosofia da história. Esses cursos foram recolhidos, ordenados e só vieram à luz postumamente. Em 1829 foi eleito reitor da Universidade de Berlim. Faleceu dois anos depois, acometido de cólera (Cfr. Hegel, vida e obra, in Os Pensadores, 1974, 1ª edição).

Marcuse, em seu livro “Razão e Revolução” fala da situação geo-política da Alemanha nos inícios do século XIX: A Alemanha, formada pela Áustria e Prússia, pelos Príncipes-Eleitores, por 94 príncipes eclesiásticos e seculares, 103 barões, 40 prelados e 51 cidade imperiais, compunha-se, em resumo, de aproximadamente 300 territórios. O próprio governo não possuía um único soldado, sua renda anual se elevava a alguns milhares de florins. Não havia jurisdição centralizada; a Corte Suprema era solo fértil para suborno, capricho e corrupção (1978, p. 25).

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